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  • Foto do escritorNael Rosa

" E se eu piorar, será que vai ter leito para mim?", relembra contaminado pelo coronavírus


Piratini tem mais de 300 casos de coronavírus, sendo sete óbitos vítimas da patologia que adoeceu o mundo e que também no município tem uma curva de crescimento preocupante e que assusta toda a população.


Mas como é de fato ser acometido pela Covid-19 após a contaminação? A reportagem Eu Falei conversou com duas pessoas que ficaram doentes em fevereiro, o que atingiu quase a família inteira, ficando de fora apenas o caçula de dois anos que, mesmo vivendo em um ambiente de quatro contaminados, teve a sorte de não contrair o vírus.


A mulher de 39 anos e que trabalha na prefeitura, foi a primeira a apresentar os sintomas que iniciaram leves, mas que rapidamente evoluiriam.


“Começou com uma leve dor de cabeça e a seguir passei a sentir sintomas de rinite e sinusite e depois para muitas dores no corpo e enjoos. Após isso, houve perda de olfato. Foi quando decidi voltar ao Posto de Saúde e explicar para as enfermeiras que havia algo errado comigo, pois já havia feito dois testes, inclusive um de laboratório, e ambos deram negativo”, relembra a funcionária pública municipal.


Ela conta que a terceira testagem apontou que ela estava com o coronavírus que já havia contaminado também as filhas de 10 e 17 anos e, embora lide com o público em suas tarefas diárias, relata que houve outras situações em que ela e marido podem ter sido expostos.


“Antes de se eu apresentar os sintomas tivemos a visita de um amigo que jantou conosco e poucos dias depois testou positivo. Também estivemos em Pelotas e, mesmo tomando cuidados como o uso de máscara, é possível que tenhamos nos contaminados.


O marido de 34 anos foi o último a começar sentir os efeitos da doença. Ele também foi testado três vezes e somente na última foram confirmados o motivo dos sintomas que, em razão da bronquite podem ter sido piores. A tosse, o cansaço e a falta de ar persistiram por dias, período em que os fatos diários sobre a doença pelo Brasil e expostos pela mídia, causaram susto e preocupação.


“A pior é a dúvida de que, e se eu piorar, será que vai ter vaga para mim e um hospital?”, se indagava o designer em multimídia, que mesmo tendo plano de saúde, entende que essa vantagem não ajuda no momento crítico em que vive o país.


“Tenho plano de saúde, mas isso já está mais dando garantia de leito em UTI. Daí a gente se apavora e perguntas como quantos dias vou ficar em um hospital sem contato com as pessoas e sem a certeza de uma atendimento correto, são inevitáveis”, relata o homem, que devido a comorbidade que possui, já teve inúmeras crises de falta de ar, mas que estas são incomparáveis as provocadas pela Covid.


“ A falta de ar sempre foi horrível, mas o que passei agora foi muito ruim e isso é preciso ser dito para que as pessoas entendam que quem adoece passa muito mal. Eu afirmo que não é preciso ir para uma Unidade de Terapia Intensiva para sentir todos os medos e as sensações ruins que essa doença causa. Precisamos tomar todos os cuidados e entender que esse vírus é potente e traz para a gente algo que a gente nunca sentiu. Não podemos pensar que as coisas estão normais porque não estão, infelizmente”, finaliza.


Reportagem: Nael Rosa

Contato: 9-99502191

Email: naelrosaeufalei@gmail.com




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