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Foto do escritorNael Rosa

Para protestar contra a falta de energia na zona rural, assentados ligados ao MST ocupam o escritório da Equatorial em Piratini

Foto: Nael Rosa

Agricultores assentados e ligados ao MST, ocuparam o escritório da Equatorial para protestar contra a situação precária em que se encontra a zona rural

Pequenos agricultores residentes em parte dos 14 assentamentos de Piratini e ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam no início da tarde da quinta-feira (27) o escritório da CEEE Equatorial situado no centro do município, com o objetivo de chamar a atenção da gestão da empresa e ainda do governador Eduardo Leite (PSDB), para a situação classificada por eles como “absurda e desumana”, pela qual, não só eles, mas a quase totalidade das famílias moradoras da zona passam em decorrência da falta de energia.


Jovan Itamar de Lima, 43 anos, assentado no Conquista da Liberdade, 2º Distrito, e que integra a gestão do MST no Rio Grande do Sul, sendo ainda o responsável pela regional do Movimento, disse ao site Eu Falei Piratini, que, o ato busca contribuir para que o governo do Estado e, principalmente a Equatorial, tomem as providências necessárias para mudar a atual realidade das famílias que residem no campo, sendo estas, as mais prejudicadas com a ausência da luz.


“Quem mora na cidade precisa tanto quanto nós do fornecimento de energia, mas estes têm a opção de ir, por exemplo, ao supermercado para comprar comida, inclusive, carne. Já nós, rurais, armazenamos carne para consumir por no mínimo seis meses do ano, e quando não há luz  por dias e dias, o que é a atual situação, nos resta apenas jogar tudo fora”, reclama o veterinário.


Ele acrescenta que, a totalidade da produção da COOPAVA,  cooperativa criada por assentados e que abastece com leite as escolas da rede municipal de ensino, é seguidamente descartada, o que é algo comum há muitos anos, mas muito agravado a partir da venda da concessionária até então responsável pela gestão do setor no RS.


“Antes da privatização já ficamos até cinco dias sem energia. Após a venda da CEEE, piorou muito, o que remete a esse descaso com o consumidor, o responsável ao pagar suas faturas em dia,  pelos R$ 800 milhões de lucro que a Equatorial teve em 2023, sem que esta empresa investisse os 20% desse montante, o que foi prometido, na melhora da infraestrutura necessária e também a principal razão apontada pelo Estado para vender a estatal. Então, cadê o grande milagre e vantagem de privatizar, governador Leite?”, indaga o coordenador para a seguir, finalizar:


 “No assentamento que eu moro são 49 famílias sem ter como tomar um simples banho após um dia cansativo de trabalho, a maioria na lavoura e debaixo do sol. Ainda não há como nos comunicarmos com ninguém e, por fim, manter os alimentos refrigerados. Mas ressalto: isso não é a triste realidade somente do Conquista da Liberdade, e sim, de todos que residem nos cinco distritos que compõem o interior de Piratini. Estamos todos desesperados com tanto descaso, assim, decidimos protestar”.


Reportagem: Nael Rosa

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