Nael Rosa
Concurso promovido pela Pastoral Afro escolhe as mais belas negras de Piratini
Foto: divulgação
Nove candidatas em quatro categorias: bonequinha, mirim, juvenil e adulta, participaram no sábado (12), do concurso a Mais Bela Negra, evento promovido pela Sociedade Recreativa e Cultural 13 de Maio e a Pastoral Afro da Igreja Católica Nossa Senhora da Conceição de Piratini e realizado na Casa da Acolhida Mãe Gestante.
Após responderem a um questionário com dez questões e também se apresentarem desfilando para os jurados, Jamily Duarte de Oliveira, de cinco anos, foi a vencedora entre as crianças. Hagata Flores Teixeira, 11 anos, ganhou na mirim. Já na juvenil, Ana Beatriz dos Santos Leal, de 15 anos, ficou com a faixa. Por fim, Tamara Silveira Nunes, 20 anos, venceu na adulta.
Para Eva Dutra Pinheiro, que pertence à Pastoral, a inserção do questionário para parte das candidatas, com questões sobre racismo, lei de cotas e história negra como um todo, é importante para se ter noção até onde esses conteúdos fazem parte do currículo escolar.
“Se elas não souberem responder é porque não aprenderam sobre sua raça na escola. Para ser a mais bela negra é preciso ser a melhor em um conjunto de coisas, pois o concurso não é somente beleza física. É preciso saber se expressar, se comunicar e ter conhecimento sobre a história do povo negro”, afirmou Eva.
Para a titulada Tamara Nunes, que em 2019 já havia vencido o concurso na categoria juvenil, o evento é importante para buscar notoriedade às causas da raça, o que ela entende não ser fácil em virtude da falta de apoio ao Movimento Negro.
“Falta apoio não somente em Piratini, mas no mundo todo. No município, por exemplo, entendo que a Prefeitura poderia ajudar mais. Estou feliz, pois vi muitas meninas mais novas participando este ano, e eu pude passar mais segurança e autoconfiança a elas”, disse Tamara, que segue:
“Logo após eu vencer em 2019, veio a pandemia e não conseguimos fazer a metade que o nosso movimento pretendia com relação a dar visibilidade às nossas pautas sociais, buscando um olhar mais atencioso das pessoas e do poder público, que permita dar mais notoriedade a nossa cultura”, encerra.
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