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  • Foto do escritorNael Rosa

Quem é o viajante que desperta curiosidade ao acenar para os motoristas na rótula das avenidas centrais de Piratini

Foto: Nael Rosa

Roberto Carlos conta que percorre o estado para, além de contar sua historia, ter consigo a sensação de liberdade

A comunidade de Piratini, principalmente aqueles que circulam durante o dia pelo Centro Histórico Farroupilha, passou, a partir dos primeiros dias do mês de março, a se perguntar: “quem é esse  homem que passa horas sentado em um banco na rótula que divide as avenidas, Gomes Jardim e Maurício Cardoso, acenando para os motoristas que passam pelo local?"


Em busca da resposta para satisfazer a curiosidade comum às cidades pequenas, afinal, nestas  os moradores costumam dizer que todos se conhecem, portanto, o personagem da matéria é sim estranho à rotina da Capital Farroupilha, a reportagem, Eu Falei, conversou com o aposentado, Roberto Carlos Silva Ferreira, 41 anos, nascido em São Luiz Gonzaga, cidade do oeste do RS e que faz fronteira com a Argentina.


Ele contou que viajar pelo estado é algo que faz desde os 13 anos, idade em que decidiu sair de casa em busca do que ele entende ser liberdade, e nunca mais parou.


“Comecei viajando de ônibus pelos municípios vizinhos a São Luiz. Tomei essa decisão para conquistar a minha liberdade, algo que aconselho a todos fazer, mesmo que a forma escolhida não seja a minha, mas ser livre todos nós merecemos”, resumiu Ferreira.  


Ele nos contou que concluiu apenas o Ensino Fundamental, assim, o máximo que conseguiu nas suas andanças foi trabalhar em olarias, atividade interrompida devido a um acidente de trânsito.

“Certa vez, ao andar de bicicleta, fui atropelado por um motociclista. O resultado disso foi uma cirurgia que me reduziu minha perna direita. Devido a isso, passei a receber um benefício do governo (LOAS) e desde então, é o que me sustenta”, revelou.


Segundo Roberto, o valor que não ultrapassa um salário mínimo, não é suficiente para tudo que precisa, então, usa o único ganho para pagar os hotéis onde se hospeda durante os três meses, período máximo que fica em cada cidade.


“Em Piratini, pago R$ 600,00 por mês pela hospedagem. Para comer, vou para os sinais e rótulas e, além de acenar a todos que passam, também peço ajuda para fazer minhas refeições, o que também faço em portas de restaurantes e supermercados. As pessoas colaboram bastante e, com isso, consigo me alimentar todos os dias”, afirma o homem que finaliza:


“Quando me perguntam qual o motivo que me leva a isso, respondo que, além do fato de me sentir livre, ando por aí para contar a minha história, nada, além disso". 


Reportagem: Nael Rosa

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