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Foto do escritorNael Rosa

Patrono e homenageado da Semana da Cultura representam a diversidade cultural no município

Foto: Eduarda Silveira

Em sua performance, Niry homenageou a cantora gaúcha Berenice Azambuja

A Semana da Cultura trouxe esse ano os temas diversidade e inclusão, buscando mostrar os povos como um todo: indígenas, açorianos e negros, mas sem deixar de fora o tradicionalismo que, até então era o foco da programação que durante oito dias celebra o aniversário de 234 anos da cidade.


Em 2023, a Secretaria de Cultura e Turismo buscou enaltecer os extremos, assim, a homenagem póstuma foi a José Danilo de Ávila, figura que se destacou na história do município ao ser um homem da lida campeira. Na outra extremidade, o cabeleireiro Niry Silveira, 45 anos, foi convidado para ser patrono do evento por ser ele, uma das figuras de maior destaque do carnaval piratiniense, outro exemplo de cultura no Brasil.


“O nome dele foi escolhido por unanimidade e nossa intenção foi mostrar que a cidade tem algo além do tradicionalismo e o Niry representa essa diversidade e inclusão que este ano buscamos”, explica o diretor geral de Cultura, Raí Damasceno, que acrescenta:


“Procuramos evidenciar um Niry autêntico. O pai que adota e cuida de sua filha, a figura multicultural que ele é em Piratini, que levanta suas bandeiras e trava suas lutas, sejam elas quais forem”.


Ao conversar com a reportagem, o destaque que anualmente empresta seu brilho ao desfile da Escola de Samba Gambada, disse que o convite o surpreendeu.


“Sim, foi uma surpresa. Quando fui chamado pela organização da Semana da Cultura achei que no máximo eles queriam meus serviços para produzir as candidatas do concurso que escolheria a Senhorita Piratini, mas foi para ser patrono do evento”, contou Niry que é assumidamente gay.


“Me encantou a forma respeitosa e delicada como fui acolhido pelos integrantes da organização, pois eles estavam na dúvida se eu queria ser tratado como patrono ou patronesse. Não tive dúvidas ao responder que sim, seria patrono, pois sou gay, mas sou um homem”, acrescentou.


Ele foi uma das atrações do baile que escolheu as soberanas do município, festa que ocorreu no primeiro dia de julho na Sociedade Recreio Piratiniense, oportunidade em que o cabeleireiro mostrou suas faces artísticas cantando Alcione e homenageando, pilchado, a cantora Berenice Azambuja.


“Decidi me desafiar no palco, assim fiz uma homenagem a Alcione, cantando um samba, portanto enaltecendo algo que faz parte da cultura de todo o país, e a Berenice, expoente da nossa cultura gaúcha”.


Niry disse que o convite o fez perceber que ele realmente conquistou o respeito das pessoas em uma cidade que respira tradição gaúcha, e que hoje as pessoas mostram isso a ele, o que tem um enorme valor.


“É um misto de sentimentos. Quando fui convidado passou um filme na minha cabeça, pois hoje um homem afeminado dividiu o espaço dedicado às homenagens com um alguém que foi exemplo no que diz respeito ao gauchismo”, conclui.


Reportagem: Nael Rosa

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