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  • Foto do escritorNael Rosa

Jovem de apenas 17 anos está à frente do multicampeão Resto de 35

Foto: Nael Rosa

Maiane comanda a entidade que têm 16 títulos de desfiles cavalarianos

Ela é estudante do curso técnico de Química, tem apenas 17 anos, pretende ser veterinária para poder cuidar dos animais, inclusive na propriedade rural da família, e este ano assumiu a missão de comandar o maior campeão dos desfiles de cavalarianos do berço farrapo.


Mesmo muito jovem, o que poderia ser um impeditivo diante de tanta responsabilidade, Maiane Rosa Lucas está à frente do multicampeão Resto de 35, piquete que tem 16 títulos em Piratini, sendo geralmente o que leva para a Avenida Maurício Cardoso o maior número de integrantes e também é sempre inovador nas alegorias que contam a história da Revolução Farroupilha.


Segundo a jovem, ela aceitou o desafio para manter o legado da família Lucas Guastucci, responsável por fundar a entidade há 40 anos, e garante que a fusão de ideias de gerações diferentes estará presente nas inovações que o piquete vai apresentar este ano.


“Não há conflitos no momento de decidir o que vamos ou não fazer. Somos duas mulheres no comando, eu a Dilciane Gomes, mas estamos abertas para ouvir o que os mais velhos têm a dizer no que diz respeito ao que vamos apresentar, e eles também nos ouvem. Acredito que as ideias estão bem alinhadas”, afirma a patronesse.


Maiane concorda que por ser tão nova o desafio se torna maior, mas decidiu por aceitá-lo também com o objetivo de atrair e ainda manter os jovens no tradicionalismo, algo que na sua opinião está se tornando a cada dia mais escasso dado a evasão da juventude de local onde ela nasceu e foi criada.


“É algo que está se perdendo, se esvaindo devido à falta de oportunidades para quem vive na zona rural. Até agora, o nosso piquete era comandado pelos mais antigos, então é positivo termos duas jovens mulheres no comando, afinal, quatro décadas atrás, a ideia de fundar o Resto também foi de dois jovens, assim queremos o novo para manter a tradição”.


Questionada sobre como a entidade se apresentará em 2022, Maiane apresenta uma de suas reclamações, pois de acordo com ela, desde a instituição da exigência do exame do mormo para desfilar, notou- se uma queda acentuada no número de cavalarianos, já que em sua opinião o valor para o teste é muito alto e está em desacordo com a realidade de quem vive no interior e precisa sustentar um equino.


Mas ela afirma que o piquete se reergueu depois de dois anos sem se apresentar devido à pandemia, portanto este ano estará a contento, fazendo um desfile vibrante como é de costume, já que não só cavalarianos de Piratini estarão presentes, mas também de Capão do Leão, Rio Grande e Pelotas.


“Essa união do velho com o novo vai dar certo. Tem integrantes que desfilam há mais de três décadas e este ano estamos prontos para mostrar essa fusão de ideias”, garante.


Por fim, ela revela que a mulher gaúcha será a homenageada no Resto de 35, pois virão na linha de frente do piquete, uma forma de enaltecer a figura feminina que, segundo sua forma de pensar, ainda carece de reconhecimento por parte dos homens.


“Somos duas mulheres à frente da entidade, mas a mulher gaúcha muitas vezes é esquecida, vista como dona de casa, e ainda precisa ser mais valorizada, inclusive a mulher do campo. Nossa esperança é que elas sejam olhadas de uma forma diferente, daí a nossa homenagem este ano, dando a elas o papel principal”, conclui.


Reportagem: Nael Rosa

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