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Foto do escritorNael Rosa

Lojas Nice: a trajetória de sucesso dos Drum, que teve início com Cleonice, a matriarca, trabalhando como sacoleira na Agrofil 

Foto: Nael Rosa

Casados há quase 50 anos, Ivanir e Cleonice alcançaram, com muito trabalho, o sucesso como empresários no ramo de confecção

Quando Ivanir Drum, hoje com 73 anos, e Cleonice Azevedo, 64, tomaram, em 1976, a decisão de, a partir daquele ano, passar a dar todos os seus passos juntos ao se casarem, não imaginavam que ali, começava uma trajetória empresarial de sucesso que teve como ponto de partida  a iniciativa da  matriarca de se desdobrar para, além de cuidar dos filhos, frutos da relação, também trabalhar como sacoleira vendendo roupas de porta em porta para os também moradores da Agrofil, zona rural de Piratini.


Visitar por anos a vizinhança e com isso conquistar seus clientes, sempre carregando sacolas nas mãos, foi a saída encontrada por ela à época para aumentar a renda da família, já que, até então, o único dinheiro que dispunham  era o do salário pago ao marido, empregado em uma das tantas serrarias ainda existentes no Polo Madeireiro, o  que, obviamente, não era suficiente para manter com qualidade o sustento de todos.


A atitude da mãe e esposa, somada à dedicação e parceria entre ambos em decorrência do enlace matrimonial, décadas depois é responsável por muitas conquistas, principalmente financeiras e patrimoniais, o que, com certeza para eles, na metade dos anos 70, foi impossível imaginar chegar tão longe.


Para que possamos resumir essa história de imenso êxito, é preciso que aceleremos o tempo e, dessa forma, chegarmos ao ano recém iniciado para ouvir deles durante a entrevista concedida ao site Eu Falei, que, mesmo merecendo e tendo todas as condições para isso, novamente optaram por não se aposentar.

 

Certamente chegará a hora de parar de atuar no ramo da confecção, mas ambos concordam que esse momento ainda não chegou, portanto, o máximo que aceitam fazer é substituir parte da carga de trabalho, onde o descanso merecido e adequado nem sempre foi possível, pela vasta experiência adquirida ao longo da vida como empresários, o que agora lhes proporciona observarem com muita atenção as decisões tomadas pelos herdeiros gerados no casamento e que administram as filiais integrantes da rede de Lojas Nice, começada com a matriz piratiniense, que hoje, dia 15  de janeiro, completa 35 anos.


Motivos não faltam para celebrar, afinal, eles são proprietários de outras nove lojas espalhadas pela região, todas sob o comando dos irmãos: Régis, 46 anos, Marcel, 42, e Maurício, 38, trio que forma a segunda geração dos Drum, os três com formação acadêmica e que, ao se dedicarem ao negócio começado por seus pais com a mesma determinação e visão empreendedora, já conquistaram a tão almejada independência financeira.


“Todos têm as suas lojas. Mas confesso que ainda fico atento às decisões que tomam, pois no mundo capitalista, aprendi que é preciso ter um cuidado todo especial com o dinheiro que ganhamos. Não dá para inventar: dois e dois sempre resultarão em quatro, e não podemos gastar a totalidade desta soma, temos sim que deixar uma parte do lucro obtido, como reserva”, aconselha Ivanir, que emenda:

 

“Se nós pensarmos e agirmos assim, como eu e a Cleonice fizemos ao trabalhar muito para garantir o sustento e a educação aos três, você persevera. Agora cabe a eles manterem e terem o zelo necessário com tudo o que juntos, conquistamos. Reconheço que isso todos já fazem desde que decidiram assumir as empresas, o que contribuiu muito para   crescermos ainda mais”.


Admitindo que, quando começaram a empreender as metas traçadas eram apenas duas:  garantir  o sustento deles e dos três filhos, e conquistar a casa própria, o empresário revela que, quando tudo começou a  dar muito certo para  ele e a companheira, logo os dois perceberam  ser  possível ir mais longe nessa jornada nem sempre fácil.

 

Para exemplificar as muitas dificuldades enfrentadas, principalmente no início dos anos 90, quando o país passou por algumas trocas de moedas, época em que eles chegaram a contrair dívidas, Ivanir tem guardado na memória o período em que as preocupações integravam a rotina diária.


“Parte dos anos 90 foi muito complicada. Quase não obtínhamos lucro com as duas lojas que tínhamos e, ainda temos: Piratini e Pinheiro. Trabalhávamos sem parar e nada. Era muita inadimplência e, hoje, sei que suportamos esse período difícil devido à experiência no ramo, que já era significativa”, recorda o patriarca.


Mas em 1994 veio o Real e, finalmente, a economia do Brasil passou a entrar nos eixos, o que permitiu a Ivanir e Cleonice, que amigos e funcionários chamam de Nice (nome fantasia das empresas), tornarem a crescer e hoje terem a oportunidade de ver os filhos trilharem o mesmo caminho, sendo crucial para isso, a visão necessária no ramo escolhido, qualidade que os pais possuem e foi que descoberta quando aos dois ainda faltava muita estrada a ser percorrida no meio empresarial.


“Sempre nos mantivemos juntos, o que ainda faz a diferença. Outro fator a ser destacado e que proporcionou obter o que atualmente temos, é a forma como vimos e preservamos a nossa clientela, a quem dispensamos um tratamento que os faça perceber o quanto são importantes para nós, tudo isso, é claro, com a ajuda de Deus”, enfatiza Nice, que finaliza:


“Somos uma família feliz e muito unida. Temos cinco netos e todos, sempre que possível, estão juntos da gente, o que nos  traz imensa satisfação. Nossa missão está cumprida”.


Reportagem: Nael Rosa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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