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Foto do escritorNael Rosa

Mayanne passa o comando do Resto de 35 para Ronaldo, que objetiva colaborar para o resgate da cultura sulina

Foto: divulgação

Ronaldo recebeu de Mayanne, a missão de estar à frente do maior campeão de desfiles de cavalarianos da Capital Farroupilha

Com apenas 16 anos, portanto, ainda juvenil, ela encarou o grande desafio de assumir o maior campeão dos desfiles de cavalarianos nesta que também é chamada de “Pátria de Bombachas”. Prestes a completar 19 anos, Mayanne Rosa Lucas, passou, na noite da terça-feira (21) o bastão, deixando assim, a patronagem do Piquete Resto de 35, entidade tradicionalista da qual ficou à frente por dois anos.


O comando permanece na família que, 41 anos atrás, em 6 agosto de 1982,  no 5º Distrito, zona rural de Piratini, fundou o detentor de 17 títulos de primeiro lugar. Ronaldo Lucas, primo distante de Mayanne, que já foi julgador de eventos avaliados pelo Movimento de Tradições Gaúchas (MTG), assumiu o 35, inclusive com a aprovação da antecessora.


“A maioria dos que fazem parte do piquete, entre estes, o Marcial Lucas Guastucci (Macega) que foi um dos principais fundadores, o irmão dele, o Vagner (Patorra), sendo este outro que já esteve no comando e continua atuante, concordaram. Entendo que o Ronaldo é capacitado para esta função, já que entende das regras, enfim: de todas as normas exigidas pelo MTG”, avalia Mayanne.


Ao concluir, ela comenta o quanto foi difícil sua missão, mas, de acordo com sua opinião, o fator principal para isso não foi sua idade.


“Ser patroa no Resto de 35 foi sim algo desafiador e, ao mesmo tempo, muito interessante. É claro que a pouca idade e a inexperiência pesaram, mas entendo que consegui dar conta e, entre outras ações que destaco, esteve a promoção de eventos para captar recursos, sendo este, dinheiro, em minha visão o maior dos problemas, não somente nosso, mas de todos os piquetes de Piratini”, destaca a jovem, que continua:


“Sim, foi bem mais complicado do que eu esperava. Reunir os integrantes é algo que nem sempre é possível. Percebi que, no passado, isso era menos difícil já que nos mantínhamos unidos e, uma das causas desta dificuldade que encontrei, é principalmente financeira, pois hoje tudo é pago. Por exemplo: os exames exigidos para que o animal participe do desfile no dia 20 de setembro, inclusive o para detectar ou não a doença do Mormo, custa caro, se somando aos tantos outros gastos como o valor necessário para cuidar de um cavalo ou égua, durante o ano todo. Não há quase nenhum apoio financeiro a nós, tudo é pago com o dinheiro de quem participa da atração, aí complica”.


Aos 54 anos, Ronaldo Peres Lucas, vai ao encontro do que pensa  Mayanne: o pouco ou nenhum apoio financeiro, seja por parte da prefeitura,  ou das empresas, é insuficiente para manter entidades ativas e, consequentemente, passar os usos e costumes às gerações futuras.


“Estou contente em retornar, pois de fato sempre fui 35. Por quatro anos estive no Vieira da Cunha, outro piquete originário aqui do 5º. Depois fui julgar pelo MTG, onde atuei por 15 anos, mas agora quero contribuir para mudar o que ocorre em Piratini, onde a bombacha, de fato, é usada nos 11 dias que integram a nossa Semana Farroupilha”, critica Lucas. Ele conclui:


“Nossa cultura, a tradicionalista, está perecendo. Já foi latente, mas hoje quase não há rodeios dentro da cidade. Neste sentido, tudo acontece só durante as atividades que antecedem a data máxima que comemora o dia do  gaúcho. Entendo que um dos fatores que levaram a essa realidade, é a falta de apoio de todos: município e empresários. Praticamente todo o gasto que temos é bancado pelo nosso capital. Sendo assim, sem suporte financeiro também da prefeitura através da sua pasta de Cultura, entendo que é impossível manter e passar adiante os nossos costumes”.

 

Reportagem: Nael Rosa

 

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