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Sem energia há dez dias, moradores de dois dos cinco Distritos que formam a zona rural de Piratini interrompem a BR 293


Foto: Nael Rosa

Produtores rurais e moradores do 2º e do 5º Distritos, impediram o tráfego de veículos na BR 293 por duas horas

Moradores dos 5º, e também do 2º Distrito de Piratini, interromperam o trânsito na BR 293, próximo ao trevo de acesso à ERS-702, para protestar durante parte da tarde da Sexta- Feira Santa (29), contra a falta de energia no interior do município, o que impossibilitou aos motoristas que trafegavam pela rodovia federal, continuarem viagem por no mínimo duas horas.


Com a queima de pneus sobre o asfalto, a intenção foi chamar a atenção da gestão da CEEE Equatorial, e também do governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), para a situação cada vez mais complicada em que, não só as famílias residentes nos distritos acima mencionados, mas praticamente todos que moram no interior da cidade de pouco mais de 17 mil habitantes, estão passando por causa da demora no restabelecimento do fornecimento de energia elétrica, que no feriado santo completou dez dias.


Um dos organizadores da ação, Antônio Balbino, 59 anos, e que reside nas redondezas, entende que tem propriedade para apontar as tantas falhas que, segundo ele, o Grupo Equatorial comete principalmente no que diz respeito à estrutura necessária para realizar os reparos na rede elétrica, inclusive, os ocorridos após evento climático da semana passada.


“Fui gerente da CEEE em Piratini por 12 anos. As demandas que hoje chegam até eles (Equatorial), após a privatização, são as mesmas que chegavam para mim quando eu estava à frente do escritório, e afirmo: piorou muito após a venda da concessionária, pois quando havia, por exemplo, um temporal, essa região na qual eu resido com minha família, sendo hoje apenas um consumidor, ficava no máximo cinco dias sem luz. Hoje é comum ficarmos até duas semanas sem energia”, reclama Balbino, que critica:


“É um total descaso com o consumidor. Falta gestão nessa empresa é óbvio que isso impacta na qualidade do serviço oferecido e, consequentemente, no tempo que eles, através de suas equipes, levam para fazer os reparos na rede de distribuição. É um absurdo o que está acontecendo, afinal, 30% do mês de março não tivemos energia no interior e de nada adianta requisitar ajuda através do 0800, já que depois de ficarmos horas tentando e só após isso conseguirmos atendimento nesse canal, somos informados que a luz já retornou, o que nunca é verdade. Hoje somos 2.400 consumidores prejudicados e acumulando prejuízos só em dois dos cinco distritos da zona rural de Piratini”.


A reportagem do site Eu Falei, conversou com Cláudia Damasceno Gomes, 51 anos, e que participou do protesto na BR 293. Cansada do que ela garante, tem se agravado cada vez mais, desabafou:


“Não sei mais o que fazer. Moro aqui há 30 anos e, de 2019 para cá, essa situação piorou muito. Mas nos últimos dois anos eu tenho sofrido e acumulado perdas financeiras pela falta de luz constante. Quando começa a chover, eu já me apavoro, pois sei que a energia irá embora e levará dias e dias para que retorne”. Ela vai além:


“hoje, 29 de março, completam-se dez dias sem luz após o temporal que atingiu Piratini. Nos primeiros cinco dias sem energia, tentei salvar os queijos que faço para vender, mas desisti e acabei jogando no lixo no mínimo 40 peças do produto. Mas não é só isso: tenho três pessoas idosas em casa, duas delas, com deficiência mental, portanto, totalmente dependentes. Como fazer para cuidá-las da forma que precisam diante dessa triste realidade?", indaga.

Ela finaliza revelando que, outra consequência para os rurais é a falta d’água e, também pensando nisso, na intenção de minimizar os danos, investiu esta semana R$ 1.7 mil em um gerador de energia que, como este consome muita gasolina para se manter funcionando, faz uso o mesmo de forma rápida apenas 3 vezes ao dia, o suficiente para bombear a água do poço até os reservatórios da residência.


Reportagem: Nael Rosa

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