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Foto do escritorNael Rosa

Produtora rural do Quilombo Rincão da Faxina se destaca na comunidade de Piratini

Foto: Nael Rosa

Maria Emília é produtora familiar referência no quilombo Rincão da Faxina

Uma parte significativa e importante do que vai parar na mesa dos piratinienses é produzida por pequenos produtores familiares que cultivam diferentes culturas em suas propriedades rurais situadas no interior do município, o que tem seu impacto na economia local, ajudando a mantê-los no campo.


Nesse sentido, estão as oito comunidade quilombolas onde 270 famílias se sustentam do que plantam e extraem da terra, entre estas, a Rincão da Faxina, situada no 5º Distrito, quilombo certificado pela Fundação Palmares, órgão federal também responsável pelo licenciamento de obras de infraestrutura e que fomenta a cultura afro-brasileira.


No Faxina, reside Maria Emília Soares Porto, 51 anos, que se destaca não só por ser uma líder comunitária e ativista dos movimentos que dizem respeito à raça negra, mas também por usar parte das seis hectares e meia que possui, para plantar legumes e hortaliças que, depois de colhidas, são vendidas de porta em porta no município.


“Minha plantação é diversificada. Cultivo os chamados temperos verdes, couve, alface, rúcula e beterraba, que depois comercializo, sendo esta a minha principal renda”, afirma Emília, que tem o reconhecimento da Emater/Ascar, responsável por dar apoio aos quilombolas.


“A Maria Emília é uma liderança em seu meio, pois exerce seu papel de cidadã com plenitude, doando seu tempo em prol da organização e da ascensão das comunidades quilombolas, ocupando ainda espaços importantes nos Conselhos Municipais, ajudando a formular e aplicar as políticas públicas vigentes, dedicando-se também ao voluntariado em várias causas sociais, sem abandonar sua essência de agricultora, comercializando sua produção nas feiras locais”, elogia o extensionista Anderson Fontoura.


Ela, que gere uma das 48 famílias do Rincão da Faxina, decidiu em 2019 que era o momento de expandir a produção que hoje é também de geleias e licores a base de frutas da estação, e ainda sal temperado, criando o selo “Emília Doces e Salgados”, cujo o rótulo retrata uma negra africana com um turbante.


“Decidi criar a marca para dar destaque ao que produzo e permitir que as pessoas identifiquem tudo que faço. Não posso reclamar, pois deu muito certo. Já a escolha do rótulo é para eu me identificar, já que ao ser responsável pelo que minha terra produz, me sinto uma mulher negra empoderada e sou reconhecida por isso”, destaca a produtora, que além de atuar como vendedora ambulante, também comercializa seus produtos na Feira Bayô, na Caritas, em Pelotas, exclusiva para quem vive em quilombos, e ainda na Feira da Agricultura Familiar, que às sextas-feiras ocupa espaço na Praça Inácia Machado da Silveira, em Piratini.


Reportagem: Nael Rosa


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