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  • Foto do escritorNael Rosa

Professora redescobre o prazer de alfabetizar após cura do câncer

Foto: Nael Rosa

Débora garante que doença a fez renascer e mudar para melhor

Dos 46 Anos de vida da professora Débora Lopes, 20 anos foram dedicados à missão de alfabetizar crianças. Mas em 2020 esse cotidiano escolar que da mestra obtém muita dedicação e criatividade para ensinar, foi interrompido com a descoberta de um linfoma folicular, tipo de câncer de origem hematológica que apresentou os primeiros sintomas meses antes, e deixou a ela entre as escolhas, lutar pela vida para inclusive continuar fazendo o que mais ama: usar sua formação para ensinar os aprendizes a ler e escrever.


“Os primeiros caroços surgiram em 2019, mas eu protelei para procurar ajuda, pois não queria faltar às aulas. Assim o diagnóstico só foi fechado meses depois, já no ano seguinte, quando eu tive que parar para me tratar”, recorda Débora.


Após passar por todo o tratamento que incluíram sessões de quimioterapia, a professora hoje não toma qualquer tipo de medicação, mas faz acompanhamento médico, pois há risco da doença voltar. Mas ela garante que está totalmente bem e que renasceu outra vez, pois o câncer lhe trouxe muitos aprendizados.


“Admito que quando descobri que estava doente sucumbi, pois não tem como não cair, já que mil coisas passam pela cabeça. O que fiz foi traçar um caminho e as opções eram lutar ou desistir. Eu sempre tive muita fé e decidi que iria vencer, para isso tive toda a ajuda necessária de familiares e amigos que me fizeram não me vitimizar por ter câncer. Eu pensava que se Deus colocou isso no meu caminho é porque eu tinha condições de vencer, senão era o fim da minha missão aqui neste plano. Diante de tudo isso eu renasci de novo e hoje sou uma nova Débora”, garante.


Curada, era hora voltar a fazer o que mais gosta: alfabetizar crianças, retorno que não foi totalmente possível devido à chegada da pandemia que obrigou os professores a se reinventarem ao aprender a repassar os conhecimentos através de ferramentas tecnológicas.


Ela relembra que ficar longe dos pequenos foi um processo muito doloroso, mas ao mesmo tempo, voltar a ensiná-los mesmo que à distância após nove meses afastada, foi algo indescritível.


“Nós todos tivemos que reaprender, descobrir tudo de novo, e isso causou em mim uma adrenalina, me deu um gás, pois voltar a ensinar mesmo que através do tecnológico foi muito prazeroso”.


Em agosto do ano passado chegou a hora de voltar ao presencial e colocar em prática todas as lições que a luta contra o câncer havia deixado. Foi o momento de realmente redescobrir o prazer de ensinar as primeiras lições para o início da formação de cidadãos, oportunidade em que Débora voltou a se sentir totalmente viva, notando de imediato que não era mais a mesma professora de antes da doença.


“Voltar para o presencial foi algo muito bom. Depois de tudo que passei surgiu em mim a vontade de me dedicar ainda mais a minha profissão, daí os cursos de especialização que fiz e faço porque percebi que precisava fazer mais por eles, o que me rende um retorno prazeroso que vem das crianças e também dos seus pais. Da doença fica uma lição: por mais que a vida te derrube, tens que tentar voltar e fazer o melhor porque você não sabe quando ela vai terminar. É isso que pretendo deixar para a minha filha, meus netos e meus alunos”, encerra.


Reportagem: Nael Rosa

Contato: 9-99502191

Email: naelrosaeufalei@gmail.com







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