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Valério Ávila resiste ao tempo e 1.900 e Antigamente completará 31 anos como atração da Nativa FM Piratini

Foto: Nael Rosa

Comunicador de 63 anos é um dos representantes da velha guarda do rádio na Zona Sul

A expressão:“um dinossauro do rádio”, é muito usada por aqueles que atuam na comunicação para definir ou até, adjetivar, quem, há décadas se mantém em atividade, um desafio que, também no caso da FM, não é algo fácil, afinal, a linguagem usada para se comunicar, principalmente nos últimos 20 anos, tem mudado com uma velocidade bastante rápida, exigindo que, no mínimo, objetivando não ficar ultrapassado, que o locutor se mantenha atualizado para não perder, por exemplo, espaço para tudo aquilo que as redes sociais oferecem, inclusive, a partir dos inseparáveis Smartphones, mantidos conectados à internet.


Mas há entre os chamados, “ditados”, um que afirma: toda regra tem exceção. Se isso for verdade, Valério Ávila é uma delas.


Sem que o radialista, de 63 anos, tenha que se preocupar com a necessária reciclagem e também com a audiência da atração dedicada à velha guarda e que vai ao ar às 13h, a frase: “ no ar o 1.900 e  Antigamente, com as mais belas canções do passado”, se repete todo domingo ao integrar abertura do programa de mesmo nome e que, quando abril chegar, completará 31 anos, mesma idade da Nativa FM Piratini.


“Não vi o tempo passar, só sei que ele passou rápido demais, pois minha filha, Vanessa, tinha apenas um ano quando comecei na emissora e meu neto, filho dela, já tem 17 anos”, resumiu Ávila, ao ser questionado com relação às mais de três décadas ao microfone do dominical.


Com as tantas facilidades proporcionadas pela internet também com relação à obra e informações sobre cantores e bandas que fizeram sucesso a partir dos anos 30 até a década de 90, ele ainda opta, mesmo sendo essa uma tarefa que exige horas de dedicação, por fazer todo um processo considerado obsoleto diante da revolução tecnológica, mas do qual, não abre mão.


“Claro que recorro à Rede Mundial de Computadores para fazer uma pequena parte das pesquisas e com isso obter informações como, em que ano a música foi lançada. Mas faço isso raramente e há no máximo oito anos. Prefiro meus livros e recortes de jornais com reportagens da época, o que passei a colecionar e guardar a partir dos meus 16 anos, idade em que me tornei jornaleiro”, revela o comunicador, que adiciona:


“Dá muito trabalho, mas ainda opto por dedicar algumas horas dos meus dias e, passar para um pen drive, as músicas que toco no programa e que estão nos mais de dois mil discos de vinil que formam minha coleção. Assim, dificilmente recorro ao Youtube, pois nem mesmo nele encontro tudo que  meus discos têm. Dou um exemplo: outro dia, toquei, A Jardineira, marchinha de Carnaval, sucesso de 1938".


Entre os tantos fatos e histórias vivenciadas nas mais de três décadas no rádio, Valério Ávila mantém na memória uma em especial, e que costuma contar, principalmente, quando a equipe de comunicadores se reúne por ocasião de eventos como as celebrações de fim de ano. Esta envolve Maico Joanol, hoje com 36 anos, um dos herdeiros de Ildomar Joanol, o Chacrinha, fundador da emissora.


“Para pôr no ar as músicas, ainda era usado um toca discos. O Maiquinho tinha, acho, oito anos, quando entrou no estúdio e arrancou o disco do aparelho. Tive que agir rápido e chamar os comerciais que, na época, eram gravados e veiculados a partir de uma fita cassete”, recorda.


Ao finalizarmos a entrevista, questionamos Ávila com relação ao futuro, ou seja: até quando ele pretende manter o 1.900 e Antigamente no ar ? Ele arremata respondendo que isso depende de quanto tempo Deus permitirá a ele viver,  mas não apenas disso, já que compra  horário junto à emissora.


“Mesmo que eu cobre no máximo R$ 90,00 por mês das empresas que queiram anunciar comigo, está cada vez mais difícil conseguir patrocínio. Há anos capto somente o suficiente para pagar pelo horário. Assim, mesmo sem ter nenhum lucro, ficarei enquanto Deus quiser e, é claro, conseguir o mínimo para custear esses 60 minutos em que eu fico no ar uma vez por semana”.


Reportagem: Nael Rosa

 

 

 

 

 

 

 

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