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  • Foto do escritorNael Rosa

Suspeito de dois crimes: roubar uma faca e ameaçar um idoso de 73 anos com um revólver, Pedro Stein está preso em Canguçu 

Foto: reprodução Facebook

Pedro Stein está preso no Presídio Regional de Canguçu, e sua defesa tem a expectativa de soltá-lo ainda esta semana

Um desentendimento em um armazém localizado no Passo do Dorneles, 2º Distrito de Piratini, e que, de acordo com o inquérito gerado após uma das partes envolvidas registrarem na Delegacia de Polícia Civil, o fato ocorrido em 18 de março, teve o seguinte desfecho: suspeito de ameaçar com arma de fogo e roubar uma faca, o pecuarista e produtor rural, Pedro Homero Stein, 48 anos, fundador no município, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) sendo por esta sigla, candidato a prefeito e também a deputado estadual, ocupa hoje uma das celas do Presídio Regional de Canguçu.


A prisão de Stein ocorreu no dia 26 de março, mas, mesmo que esta não tenha se tornado pública na comunidade, a esposa, Jucelaine Ficher, 27 anos, diz que, além de naturalmente estar passando por um momento difícil, se vê preocupada com a repercussão em torno da principal acusação: roubo.


“Como assim, roubo? Isso não aconteceu. Na verdade, meu marido, temendo algo pior, simplesmente desarmou o Adenir após uma discussão entre eles porque o Pedro o flagrou falando mal dele, fato que ocorreu ao ir no armazém comprar água mineral para o nosso bebê de 8 meses”, explanou Jucelaine.


Ela se refere ao idoso, Adenir Meireles, de 73 anos, vizinho da família que reside no Assentamento Ouro Verde e que, no momento da discussão no pátio do Armazém Moura, estava acompanhado de Brasiliano Damasceno, testemunha que, no depoimento à polícia, confirmou o roubo da faca e as ameaças que, segundo ele e o amigo, foram feitas por Stein que afirmam: estava armado, sendo isso essencial para que o delegado Rafael Brodbeck, pedisse fosse atendido pela Justiça, a prisão preventiva do suspeito.


A reportagem, Eu Falei, localizou e conversou com Lenir D'Avila de Moura, 79 anos, e que, junto ao marido, José Moura, proprietários do estabelecimento onde tudo ocorreu, são testemunhas oculares do fato. Ela afirmou que Pedro Stein não empunhava qualquer tipo de arma.


“Se ele estava armado, eu não vi. Mesmo que eu não saiba com quem falei, afirmei por telefone ao policial civil que me ligou duas vezes, que o Pedro não ameaçou o Adenir com nenhuma arma. Tudo não passou de uma discussão em que ele desarmou este senhor com quem discutia, mas nem mesmo agressão teve, pois exceto o momento em que ele se aproximou do dele para tirar dele a faca, no restante da situação, os dois ficaram há uns três metros de distância um do outro. Na nossa vizinhança também circulam comentários de que tinha a tal arma na cena, mas não, eu afirmo: nada disso aconteceu”, garantiu Lenir, à reportagem.


Jucelaine critica a atuação do titular da DP de Piratini, pois segundo ela, Brodbeck não levou e também não consta no inquérito, a parte em que Lenir afirma que o marido não estava armado, mas somente a discussão entre as partes e a subtração da faca, o que repete: não aconteceu.


“Ele não roubou nada, não saiu de casa armado e nem com a intenção de agredir ninguém. Em minha opinião, essa prisão foi arbitrária, já que o delegado só levou em conta o depoimento de uma das partes e de sua testemunha, para pedir a prisão. Onde está a parte da declaração da Lenir, testemunha do meu marido, em que ela declara que o Pedro não estava armado e nem poderia, pois não temos armas em casa”, questiona a mulher, que finaliza: “Ele sequer deu um tapa nesse senhor. Se tivesse a mínima intenção de agredi-lo, teria feito isso com a própria faca que tirou dele”.  


Também ouvimos Ernani Rosseto, advogado de Stein, que, além de destacar que não há elementos probatórios para manutenção da prisão de seu cliente e que o Ministério Público (MP) já se manifestou favorável à soltura de Pedro Stein, também criticou a atuação da Polícia Civil.


“Essa prisão não irá se sustentar. Falta materialidade, elementos probatórios. O MP já se posicionou a favor da soltura do Pedro, mas ainda falta a decisão final que compete ao juiz. Minha expectativa é de que ele seja solto esta semana, afinal, para que fosse preso, entendo ter pesado apenas o depoimento do Brasiliano, um desafeto da parte defendida por mim, já que esta testemunha a favor do Adenir, acusou no passado o meu cliente de ter furtado uma de suas vacas, animal que foi encontrado a seguir, atolado na propriedade do acusador e desde então, há certa animosidade entre eles”, disse Rossetto, que acrescenta:


“O Pedro não estava armado e sim, a pessoa com quem ele se desentendeu e que, no momento do episódio, puxou a faca para o centro da cintura. Meu cliente foi ágil, o desarmou e, antes de ir embora, comunicou que iria entregar a faca somente à Justiça. Mas em sua declaração à polícia, este senhor afirmou que o Stein estava empunhando uma arma de fogo e ameaçou matá-lo, o que foi negado, tanto pela dona Lenir, como por seu marido, o José Moura. Mas esta parte não consta no termo e sim, a informação que, em minha opinião, foi essencial para o magistrado acatar o pedido de prisão feito pelo delegado, sendo este baseado principalmente, no depoimento do Brazilmar, testemunha deste senhor, que, de acordo com o Brodbeck, corria risco de morte. Imediatamente pretendemos tomar as medidas criminais cabíveis contra o Brazilmar e o Adenir, que responderão por calúnia".

 

Na busca do contraponto, fizemos contato com o delegado Rafael Vitola Brodbeck, que declarou que não se manifestará sobre os comentários feitos, inclusive, pelo advogado de Pedro Stein.


“Não tenho nada a declarar quanto às citações de advogados que fazem seu papel na defesa dos interesses de seus clientes. Quanto ao restante, o meu contraponto, este está no inquérito”, resumiu Brodbeck.


Realizamos várias tentativas com o objetivo de ouvir, tanto, Adenir Meireles, quanto a Brazilmar Damasceno, mas a localidade onde residem ainda continua sem sinal de internet e, em muitos pontos, também sem energia elétrica, o que impediu o contato por telefone e também via WhatsApp. Continuaremos tentando localizá-los e, desta forma, dar espaço para que todas as partes envolvidas no episódio deem suas versões.


No ínício da noite de domingo ( 31 ), Vinícius Meireles, filho da vítima, fez contato com a reportagem e informou que seu pai não está na cidade e que quando retornar, não irá se manifestar, pois entende que agora isso compete somente às autoridades. Mas ele confirmou a versão de Adenir que consta no B.O, garantindo: "O Pedro estava sim com um revólver e ameaçou o meu pai que nem mesmo da cadeira em que estava sentado, se levantou. Todos que estavam no pátio do armazém presenciaram esta ameaça".



Reportagem: Nael Rosa

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